Grito Número Cinqüenta e Três:

domingo, 31 de outubro de 2010

Ser mulher, sem ser menina

Ela colocou lentes de contato azuis.
E fez do olhar de inocência, pudico; um olhar despudorado.
Pintou o cabelo de sei-lá que cor.
Alisou tudo e colocou uma franjinha até que simpática.
Sugou toda gordura com os canudinhos do médico.
E botou borracha nos peitos.
Se pintou com lápis, muito blush, glitter e sombra.
Passou corretor para esconder o sinalzinho na bochecha.
Se fantasiou de mulher.
Mas a linda meninha que habitava ali dentro, morreu triste e sozinha naquela noite.

3 comentários:

cuidadocomacoisa disse...

fico foda eszse curti *-*

Bruna Barievillo disse...

Sinalzinho na bochecha é??? Hummmmmmm....o texto eh brilhante e simples, como eu gosto. Tem o poder dos dardos lançados em trajetórias retilíneas. é sempre maravilhoso compartilhar de seus lírios.

Monique Burigo Marin disse...

Morreu nela a beleza mais bonita e verdadeira...